O CITEVE está a lançar um projeto de bioeconomia sustentável que vai investir 138 milhões de euros, dos quais 71 milhões do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), e promover uma grande alteração do paradigma neste sector.
O objetivo é marcar "um novo ritmo de mudança e acelerar a criação de produtos de alto valor acrescentado a partir de recursos biológicos, em alternativa às matérias de base fóssil, mas sem deixar de garantir e até elevando padrões de qualidade com forte potencial em diferentes segmentos de mercado", revela o diretor-geral do CITEVE, Braz Costa.
Designado "Be@t" (do inglês bioeconomy at textiles / bioeconomia na têxtil), o projeto envolve um total de 54 promotores (empresas, universidades, centros tecnológicos e outras entidades), que iniciaram nesta semana as sessões de trabalho conjunto. As ações, organizadas por temáticas específicas nas instalações do CITEVE em Vila Nova de Famalicão, representam "passos decisivos para o trajeto de mudança transversal no sector que, em cerca de três anos, permitirá abranger desde as matérias-primas ao design, à investigação e à produção", explica aquele responsável.
A aposta das empresas, centros de investigação e tecnologia, a par das universidades, é demonstrativa do grau de empenho que está a ser colocado no Be@t, desde logo na busca de soluções que respondam às exigências cada vez mais fortes da legislação e da sociedade em termos de respeito pelo ambiente. Essa busca inclui a descoberta de novas matérias-primas, o desenvolvimento de outras técnicas, tecnologias e equipamentos de fabrico e processamento, pelo que significa desafios criativos e de investigação e um enorme esforço de investimento.
No entanto, como sublinha Braz Costa, os fundos europeus canalizados a partir do PRR e o investimento dos diferentes promotores constituirão uma oportunidade para, através do Be@t, fazer com que esta reconversão do sector para a bioeconomia sustentável se torne efetivamente possível. Será assim conseguido o cumprimento de princípios e metas de defesa ambiental e, em simultâneo, o desenvolvimento de novas estratégias de conquista de mercado, tanto a nível nacional como internacional, já que o projeto inclui a promoção do sector em diversos palcos e o robustecimento do prestígio dos têxteis e vestuário de fabrico português.